1956 - Criação 

O sonho de voar povoa o imaginário das pessoas em todo o mundo, até mesmo daquelas que nunca viveram a indescritível experiência de voar.

A invenção do avião, nos primórdios do Século XX, proporcionou à Humanidade um imenso salto tecnológico e mudou para sempre o nosso planeta.

No cinquentenário do famoso voo de Alberto Santos-Dumont com seu 14 Bis, primeiro avião da história a decolar e voar por seus próprios meios, foram organizadas em todo o país comemorações e festividades para enaltecer e divulgar os feitos desse brasileiro que, com todos os méritos e provas, é considerado o "Pai da Aviação".

Entre as ações naquele ano de 1956, o então Ministério da Aeronáutica e alguns visionários como Assis Chateaubriand, Francisco Matarazzo Sobrinho e o Comandante Amadeu da Silveira Saraiva se mobilizaram pela criação de uma entidade que tivesse como metas preservar a História e a Cultura Aeronáutica do país e fomentar o desenvolvimento da Aviação Brasileira.

Graças a essa iniciativa foi criada, em 5 de outubro de 1956, a Fundação Santos-Dumont, instituição que já no seu nascimento tinha como um dos seus principais objetivos estabelecer o primeiro Museu de Aviação do Brasil.


1960 - Museu de Aeronáutica 

Para que a iniciativa de dotar o país de um museu dedicado à Aviação tivesse sucesso, a sociedade se mobilizou intensamente: Governo, Força Aérea Brasileira, familiares, amigos ou simplesmente entusiastas dos feitos de Alberto Santos-Dumont e de outros heróicos pioneiros, como João Ribeiro de Barros, Augusto Severo, Antônio Guedes Muniz, Ada Rogato e Edu Chaves, doaram aviões de notável valor histórico, equipamentos aeronáuticos, objetos pessoais, documentos, quadros e fotografias, para que tudo isso pudesse constituir o precioso acervo da nova entidade.

Assim, concretizando o sonho que vinha sendo acalentado no país há muitos anos, a Fundação Santos-Dumont inaugurou, em 16 de outubro de 1960, no pavilhão Oca, no Parque do Ibirapuera, o Museu de Aeronáutica, primeira instituição do gênero no Brasil.

O novo Museu empolgou e cativou expressivo número de visitantes, sendo que em apenas uma década foi registrado o acesso de mais de cinco milhões de pessoas às suas instalações.

Ao longo dos anos, muitos dos jovens que estiveram no Museu tiveram seus ideais e vocações despertados pelo contato com a aviação e seus pioneiros. Cultura, ciência, tecnologia e inovação foram, de forma lúdica e marcante, apresentadas aos visitantes de todas as idades.

O Museu de Aeronáutica da Fundação Santos-Dumont fez, assim, história.



Antiga sede do Museu em São Paulo, no Parque do Ibirapuera. Com concepção espacial inspirada em um disco voador, a famosa "Oca" foi projetada pelo arquiteto Oscar Niemeyer.


Período 1990-2010

Durante a forte crise pela qual o país passou no final da década de 1980 e início dos anos 90, o repasse de recursos que era garantido pelo Governo do Estado de São Paulo, pela Prefeitura Municipal e pelas companhias aéreas deixou de existir. Tais recursos eram imprescindíveis para a operação do museu e para a manutenção das instalações e do acervo.

Assim, apesar de todos os esforços, não havia como arcar com os pesados investimentos necessários ao funcionamento do Museu de Aeronáutica.

Como agravante, no ano 2000, a Administração Municipal requisitou o prédio onde funcionava o museu (a Oca), com o pretexto de reformá-lo e nele realizar parte de uma grande exposição temática denominada “Brasil +500 Anos”.

Como alternativa, foram disponibilizadas pela Prefeitura algumas instalações no Centro Municipal de Campismo (CEMUCAM) que, embora pertencente ao município de São Paulo, estava localizado no vizinho município de Cotia. Todo o acervo do museu foi então transportado para aquele local.

Isso fez com que a administração da Fundação Santos-Dumont à época buscasse outras alternativas.

Uma das estratégias adotadas foi a de celebrar convênios e acordos de cooperação com outras instituições, para possibilitar a recuperação e a exposição de parte das aeronaves e de outros itens.

Assim, as principais aeronaves da Fundação foram transferidas em 2006 para o Museu Asas de Um Sonho (também conhecido como Museu da TAM, em São Carlos) e para o Memorial Aeroespacial Brasileiro (MAB), em São José dos Campos.

Mediante um convênio com a Aeronáutica, em 2007 foi implantado um museu na Base Aérea de Santos, onde foram concentrados os itens menores, mas de grande valor histórico, como o cesto original do 14 Bis, o chapéu de Santos- Dumont e outros.


Parte do acervo. Destaca-se, ao centro, o famoso chapéu panamá que acabou se tornando uma espécie de amuleto do Pai da Aviação.Também pertence à Fundação o cesto original do 14 Bis, verdadeira relíquia por ser o único componente original daquele avião preservado para a posteridade.

A Fundação hoje

A Fundação Santos-Dumont é detentora de um importante acervo da História da Aviação brasileira e atua no resgate da memória aeronáutica, por meio dos exemplos de idealismo, dedicação, perseverança, coragem e desprendimento, que são fortes marcas de Alberto Santos-Dumont e de tantos outros importantes nomes da nossa história.

A entidade trabalha para entregar ao público, novamente, um museu que seja um espaço cultural condizente com sua importância histórica, adequado à interatividade, ao avanço tecnológico e à dinâmica contemporânea dos grandes museus.

Na sua concepção museológica, a Fundação Santos-Dumont prevê um espaço altamente interativo, que contemple também os aspectos educacionais e de lazer, destacando:

  • Primórdios da Aviação
  • Pioneiros e seus feitos
  • Indústria Aeronáutica 
  • Aviação Civil
  • Aviação Militar
  • Infraestrutura, Aeroportos, Controle do Espaço Aéreo
  • Área Espacial
  • Ciência, Tecnologia e Inovação

Com esse objetivo, a nossa instituição vem interagindo com a Prefeitura de São Paulo desde janeiro de 2018, quando recebeu um convite formal para colaborar com a composição do museu e com a estruturação do projeto como um todo.

Naquele ano de 2018 haviam sido assinados um Acordo de Cooperação Técnica e um Termo de Cessão de Uso entre a União, por intermédio do Comando de Aeronáutica, e a Prefeitura Municipal, que culminaram com um Termo de Conciliação homologado pelo STF em março de 2022.

Com esses atos, houve a transferência para o município, em caráter definitivo, da propriedade e da posse de uma área de aproximadamente 400.000 m2 no Campo de Marte, condicionada ao compromisso da Prefeitura em implantar um museu aeroespacial em parte dessa área.

A Prefeitura planeja realizar um empreendimento conjunto com a Fundação Santos-Dumont e outras instituições parceiras. Estão em fase de estudos a realização de uma Parceria Público-Privada (PPP) e de outros tipos de mecanismo visando ao financiamento do projeto.

A previsão é que o edital de concessão da área seja lançado em 2024.